Histórico
Empresa de transporte coletivo fundada no início dos anos 60 pelo Governo do Estado da Guanabara com os seguintes objetivos:
1º - Operar e manter o primeiro sistema de ônibus elétricos da cidade, criado para substituir o sistema de carris.
2º - Operar provisoriamente e erradicar definitivamente o sistema de Carris, até que todo o sistema de transporte coletivo rodoviário fosse reorganizado;
3º - Operar e manter novas linhas de ônibus a diesel, criadas para substituir as antigas linhas de bonde e lotações extintas no período 1962-1964.
No dia 26 de outubro de 1956, o Prefeito do Distrito Federal envia mensagem à Câmara dos Vereadores (Mensagem Nº 49) visando constituir a Companhia de Transportes Coletivos, destinada a unificar e coordenar os transportes coletivos na cidade. Nenhuma providência efetiva foi tomada até a criação da CTC-GB em 1962.
A Lei nº 196 de 8 de outubro de 1962, autorizou o poder executivo a constituir uma sociedade por ações, destinada a explorar o serviço de transportes coletivos.
A Lei nº 196 de 8 de outubro de 1962, autorizou o poder executivo a constituir uma sociedade por ações, destinada a explorar o serviço de transportes coletivos.
O Fim dos Bondes
Com o fim do período de concessão do sistema de carris, explorado pela Light, o Governo do Estado da Guanabara assume provisoriamente sua operação e manutenção, abrangendo 81 linhas que transportavam uma média de 1,1 milhão de passageiros/dia.
No dia primeiro de janeiro de 1961, os bondes da antiga Companhia Jardim Botânico, controlada pela Light e que atuava na Zona Sul, passam para o controle do Estado da Guanabara, através da Junta Administrativa Provisória dos Bondes da Zona Sul, antes mesmo da criação da CTC. Os bondes da Zona Sul foram extintos entre setembro de 1962 e maio de 1963, inicialmente pela linha da Praia Vermelha, e finalizando em 21 de maio de 1963, quando circulam os últimos bondes nos bairros do Flamengo, Cosme Velho, Laranjeiras, Catete e Glória. Nesse mesmo período, paulatinamente, são implantados os trólebus da Zona Sul, cobrindo os antigos itinerários dos bondes.
Após a conclusão da erradicação dos bondes da Zona Sul, é dado prosseguimento ao plano de erradicação do bonde da zona norte, que ainda contava com 380 bondes em tráfego distribuídos em 57 linhas. Os bondes da Zona Norte e dos subúrbios foram extintos entre setembro de 1963 e dezembro de 1967, inicialmente pela linha 86 (Pilares) e finalizando com a linha do Alto da Boa Vista em dezembro de 1967.
Já em 1963 a Companhia Ferro Carril de Santa Teresa, administrada pela Light, entrega suas linhas ao Governo do Estado da Guanabara. Em seguida, no dia 30 de dezembro de 1963 todas as linhas de bonde da Light da zona norte são transferidas para o Governo do Estado. Em novembro de 1964 os bondes já não circulavam no Centro e nos bairros do Catumby, Rio Comprido, parte da Tijuca, Muda, Caju, parte de São Cristóvão, Irajá e Penha.
Em março de 1965 são extintas as linhas nos bairro do Engenho Novo, Lins de Vasconcelos e Piedade. No dia 10 de abril de 1965 circula o último bonde na Ilha do Governador. No dia 31 de outubro de 1967 circula o último bonde em Campo Grande, e finalmente, no dia 21 de dezembro de 1967 é extinta a última linha de bonde da Zona Norte que ligava a Usina ao Alto da Boa Vista, restando apenas as linhas do bairro de Santa Teresa, que também não foram extintas em função de protestos dos moradores.
As primeiras linhas de Trólebus
O Governador Carlos Lacerda dá prosseguimento ao plano de substituição dos bondes por trólebus lançado em fins da década de 1940, após a inauguração da primeira linha de trólebus do Brasil, na cidade de São Paulo, em 1949.
Em janeiro de 1956, no governo do Prefeito Negrão de Lima (1956-1958) são criadas duas comissões de estudos: a primeira, a Comissão de Estudos e Planejamento do Serviço de Autocarros Elétricos - CEPAE, e a segunda, a Comissão de Estudos e Planejamento do Serviço de Bondes - CEPB. Em março, é apresentado o primeiro relatório da CEPAE, que aconselhava a introdução do trólebus na Zona Sul e no Centro. No mesmo ano é lançada a concorrência para instalação da rede elétrica e compra de 200 ônibus elétricos, cujas propostas são abertas no dia 8 de dezembro de 1956. O serviço de instalação da rede aérea e subestações foi iniciado em fins de 1958, ainda em ritmo lento, tomando maior impulso no primeiro trimestre de 1959. Os primeiros ônibus elétricos são entregues a partir de dezembro de 1959. No dia 31 de agosto de 1962, é criada a Comissão Organizadora da Companhia de Transporte Coletivos – CTC, adotando desde já providências que possibilitassem o funcionamento da CTC, tão logo fosse promulgada a Lei de sua criação, ainda em discussão na Assembleia Legislativa.
Em 3 de setembro de 1962, a título precário, antes da criação da CTC, é inaugurada a primeira linha de Trólebus, a E-1 (Erasmo Braga - Rui Barbosa) ligando o Terminal Erasmo Braga, no Castelo, à avenida Rui Barbosa, no bairro do Flamengo. Finalmente, depois de muito embate na Assembleia Legislativa, no dia 8 de outubro de 1962, através da Lei nº 196, o governador do Estado é autorizado a criar a Companhia de Transportes Coletivos do Estado da Guanabara - CTC-GB, que passa a operar os ônibus elétricos, além de incorporar os serviços de transportes operados pelo grupo Light. No dia 28 de setembro de 1962, a CTC inaugura a segunda linha de ônibus elétrico entre o Terminal Erasmo Braga e o bairro da Urca. Até o fim do ano são entregues as linhas dos bairros do Leme e Copacabana.
Em 1963 são inauguradas as linhas para o Bairro Peixoto, Botafogo, Ipanema, Leblon, Laranjeiras, Cosme Velho, Gávea, enfim cobrindo toda a zona sul. Em maio de 1963, é inaugurada a primeira faixa exclusiva para ônibus da Zona Sul, de que se tem notícia, no contra-fluxo das avenidas Visconde de Pirajá e Ataúlfo de Paiva, sentido Baixo Leblon, permitindo a circulação dos ônibus elétricos da CTC nos dois sentidos, por uma mesma avenida. Na mesma época a pavimentação em paralelepípedos das ruas Visconde Pirajá, Ataulfo de Paiva e Bartolomeu Mitre, é substituída por revestimento de concreto asfáltico, permitindo a operação dos trólebus sem solavancos. Em junho de 1963, a CTC conclui o plano de implantação dos trólebus na zona sul, mobilizando toda a frota de 200 ônibus elétricos. Complementando o plano, em novembro de 1963 é inaugurada a Linha E-18 (Urca-Leblon), substituindo as duas linhas de lotações, circulares abraçantes, da Auto Viação Urca, extinta na ocasião.
Terminal da Avenida Erasmo Braga em março de 1963
Ônibus a Diesel
Logo após a conclusão do projeto básico de implantação dos trólebus na Zona Sul, em agosto de 1963, a Companhia anuncia o plano de compra de 300 ônibus diesel.
Em 23 de dezembro de 1963, foi publicada no Diário Oficial a convocação para a aquisição dos primeiros 150 novos ônibus a diesel.
Em 1963, a CTC realizou as primeiras experiências com ônibus a gás, sem o transporte de passageiros.
Em 2 de fevereiro de 1964, a CTC assinou o contrato com as firmas fornecedoras dos primeiros 150 ônibus a diesel da empresa. A Mercedes Benz, vencedora do fornecimento dos chassis, deveria entregar 50 unidades por mês. As empresas fornecedoras das carrocerias, cada uma com 30 unidades, foram a Caio, Metropolitana, Bons Amigos, CIRB, e Cermava. Cada veículo teria capacidade para 36 passageiros sentados e 29 em pé.
Correio da Manhã, 22/02/1964
Em 21 de abril de 1964, início da operação dos primeiros 50 ônibus a diesel da CTC nas linhas 122 (Candelária – Forte de Copacabana) e 123 (Candelária- Jardim de Alah) todos com chassi Mercedes Benz e diversas marcas de carrocerias.
Inauguração dos primeiros ônibus a diesel da CTC, com a presença do
governador Carlos Lacerda, em 21 de abril de 1964
Foto Arquivo Nacional. Fundo Correio da Manhã
AmpliaNo mesmo dia foi inaugurada a nova garagem de ônibus da CTC em Botafogo, no antigo depósito de bondes da Companhia Jardim Botânico.
Em 5 de maio de 1964, é inaugurada a quarta linha de ônibus a diesel da CTC e a primeira da Zona Norte, a 200 (Carioca-Rio Comprido) circular, substituindo a linha de bonde 47 (Santa Alexandrina) extinta em 11 de agosto de 1963.
Em 17 de maio de 1964, a linha 122 (Candelária - Forte de Copacabana) foi prolongada até a Central do Brasil e sua operação foi transferida para uma empresa particular, a Viação Taruman, com o seguinte itinerário: Estrada de Ferro, Presidente Vargas, Uruguaiana, Largo da Carioca, Almirante Barroso, Rio Branco, Praia do Flamengo, Nações Unidas, Túnel do Pasmado, Lauro Sodré, Túnel Novo, Barata Ribeiro, Raul Pompéia e rua Joaquim Nabuco. Volta: Nossa Senhora de Copacabana, Princesa Isabel, Túnel Novo, Wenceslau Braz, Pasteur, Nações Unidas, Praia do Flamengo, Beira Mar, Graça Aranha e Presidente Vargas.
Correio da Manhã, 19/06/1964
Em julho de 1964, a CTC inaugura a linha 511 (Urca - Leblon) com frota de ônibus a diesel Mercedes-Benz com carroceria Vieira, substituindo a linha de ônibus elétrico E-18 (Urca - Leblon). A nova linha era circular num só sentido, com ida por Copacabana e volta pelo Jockey.
Em 2 de junho de 1964, o secretário de Serviços Públicos do Estado da Guanabara assina os contratos com as firmas fabricantes de carrocerias para o fornecimento de 200 novos ônibus a diesel para a CTC, destinados à Zona Norte.
Foto Arquivo Nacional
Em 5 de junho de 1964, a CTC inaugura a linha 180 (Largo do Machado - Praça Mauá) com frota de 10 ônibus, tarifa de Cr$ 35 e o seguinte itinerário: Largo do Machado, rua do Catete, Largo da Glória, Beira Mar, Calógeras, Nilo Peçanha, Rio Branco, Visconde Inhaúma, Uruguaiana, Largo da Carioca, Almirante Barroso, Rio Branco, Praça Paris, Beira Mar, Largo da Glória, rua do Catete e Largo do Machado.
Em 17 de junho de 1964, foram inauguradas 6 novas linhas de ônibus a diesel na Zona Norte, substituindo antigas linhas de bonde e lotações da Tijuca:
211 - Sáenz Peña - Carioca, via Haddock Lobo
212 - Sáenz-Peña - Carioca, via Mariz e Barros
218 - Carioca - Uruguai
219 - Carioca - Usina
428 - Malvino Reis - Lopes Quintas, via Praia do Flamengo, ex-Viação Nacional
446 - Lins - Lagoa, via Mariz e Barros
A linha 218, no entanto, foi extinta em agosto de 1964.
Linha 446 (Lins - Lagoa), inaugurada em junho de 1964 e extinta em novembro do mesmo ano. Foto Arquivo Nacional
Junto com a inauguração das primeiras linhas de ônibus a diesel da Zona Norte, em 18 de junho de 1964, foi inaugurada oficialmente a garagem nº 3 de ônibus a diesel da CTC, na Avenida Presidente Vargas, 3043, na Cidade Nova, na atual Praça Irmãos Bernadelli, em frente à sede da Prefeitura.
Entre 1960 e 1964 a Light transferiu para o Governo do Estado da Guanabara 9 depósitos de bondes, situados em São Cristóvão, no Centro, Meyer, Villa Izabel, Cascadura, Taquara, Penha, Catete e Botafogo, que ao longo do tempo foram aproveitados pela CTC para instalação de suas garagens e mesmo para transações imobiliárias possibilitando a compra de novos ônibus.
Em 4 de julho de 1964, dentro do Plano de Reformulação do Trânsito no Centro, são alterados os itinerários e pontos finais de uma série de linhas de ônibus, entre as principais medidas destacam-se: a extinção da linha 1 (Aeroporto-Mauá), permanecendo a operação da linha 2 (Aeroporto-Mauá); a linha 123 (Candelária - Jardim de Alá) da CTC tem seu ponto final transferido para a Praça Mauá, e as linhas de ônibus radiais norte com ponto final na Candelária são transferidas para a Praça Tiradentes. Em poucos meses a operação da linha 123 foi transferida para uma empresa particular, a Castelo Auto Ônibus.
Em 5 de julho de 1964, foram inauguradas as três primeiras linhas da CTC da área Central:
207 - Lapa - Praça da Bandeira
C-4 - Estrada de Ferro - Praça 15
C-6 - Lapa - Estrada de Ferro
Substituindo as antigas linhas de bonde 25 (André Cavalcanti), 26 (Estrada de Ferro-Praça Mauá), 28 (Estrada de Ferro-Praça XV), 32 (Lapa-Gamboa), e 33 (Lapa-Praça da República), extintas no dia anterior.
Correio da Manhã, 05/07/1964
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Correio da Manhã, 11/07/1964
Correio da Manhã, 22/07/1964
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Em 31 de agosto de 1964, complementando o atendimento de linhas circulares na área central, é inaugurada a linha C-5 (Estrada de Ferro-Castelo) com o seguinte itinerário: Praça Cristiano Otoni, Marechal Floriano, Passos, Tiradentes, Rua da Carioca, Largo da Carioca, 13 de Maio, Praça Floriano, Luís de Vasconcelos, Beira Mar, Antônio Carlos, Primeiro de Março, 7 de Setembro, Tiradentes, Constituição, Campo de Santa Anna, Praça Duque de Caxias, Praça Cristiano Otoni.
Linha 207 (Lapa-Praça da Bandeira) no Largo da Lapa, ao lado do abrigo do bonde demolido no mesmo ano. A linha foi inaugurada no dia 5 de julho de 1964
Em 31 agosto de 1964, a CTC assume a operação da Linha 394 (Vila Kennedy-São Francisco), até então explorada pela Transportes Rosane. A linha, considerada deficitária, foi criada para o o transporte dos novos moradores do conjunto habitacional da Vila Kennedy, localizado às margens da Avenida Brasil, inaugurado no mesmo ano.
Em primeiro de setembro de 1964, a CTC inaugura a linha C-3 (Estrada de Ferro - Castelo) circular, com frota de 8 novos ônibus a diesel de 3 portas, com o seguinte itinerário: Praça Cristiano Ottoni, Praça da República, Visconde de Rio Branco, Praça Tiradentes, rua da Carioca, Largo da Carioca, Almirante Barroso, Rio Branco, Beira Mar, Praça Senador Salgado Filho, Marechal Câmara, Franklin Roosevelt, Praça Estados Unidos, Presidente Wilson, Calógeras, Graça Aranha, Nilo Peçanha, Rio Branco, Presidente Vargas, Praça Duque de Caxias, Visconde da Gávea, Marcílio Dias e Praça Cristiano Otoni.
Em 4 de setembro de 1964, inaugura a linha 340 (Praça XV -Vila da Penha) com frota de 33 veículos e intervalos de 5 minutos nos horários de pico, com o seguinte itinerário: Erasmo Braga, Presidente Antônio Carlos, Primeiro de Março, Dom Gerardo, Rio Branco, Praça Mauá, Rodrigues Alves, Rio de Janeiro, Vereador Odilon Braga, Brasil, Novo Rio, Democráticos, Uranos, Ibiapina, José Maurício, Leônidas, Estrada de Braz de Pina e Praça Rubey Wanderley (Largo do Bicão).
Em 11 de setembro de 1964, a CTC inaugura sua quarta garagem, com capacidade para 70 ônibus, localizada na Cidade Nova, numa antiga oficina de bondes da Light da rua Machado Coelho, esquina com a Avenida Presidente Vargas.
No mesmo dia inaugura a linha 224 (Grajaú - Castelo), com frota de 30 ônibus diesel e o seguinte itinerário: Terminal da Avenida Erasmo Braga, Doma Manuel, Praça XV, 7 de Setembro, Praça Tiradentes, Constituição, Praça da República, Presidente Vargas, Viaduto dos Marinheiros, Praça da Bandeira, Osvaldo Aranha (atual Radial Oeste), Paraíba, Mariz e Barros, São Francisco Xavier, 28 de Setembro, Praça Barão de Drummond, Visconde de Santa Isabel, Barão do Bom Retiro, José do Patrocínio, Marechal Jofre, Julio Furtado, Engenheiro Richard, Praça Edmundo Rêgo e Canavieiras. A linha teve vida curta, sendo extinta em 1966.
Diário Carioca, 12/09/1964
Em 30 de setembro de 1964, demolição do antigo ponto de bondes do Largo da Lapa, que até então funcionava como terminal de linha de ônibus da CTC.
Em outubro de 1964, inaugura a linha 210 (Arsenal da Marinha – Caju), substituindo a linha de bonde 57 (Caju).
No mesmo dia, com frota de 15 carros, inaugura a linha 227 (São Francisco – Todos os Santos) com ponto final na rua Getúlio, esquina com Arquias Cordeiro.
Correio da Manhã, 31/10/1964
Correio da Manhã, 07/11/1964
Em 21 de novembro de 1964, a CTC inaugura duas novas linhas de ônibus a diesel, a 204 (Tiradentes - Benfica) e 208 (Tiradentes - Triagem), cada uma com 10 carros, beneficiando os moradores da região de Benfica.
Correio da Manhã, 21/11/1964
No mesmo dia a CTC inaugura a linha diametral 446 (Lins - Lagoa), para substituir a antiga linha de lotação Lins - Lagoa da Viação Sofa extinta em 01/03/1964. A nova linha tinha ponto final no Lins na rua Aquidabã, e na Lagoa junto à sede náutica do Botafogo. Em 21 de novembro de 1964, a linha foi encurtada para o trecho Lins - Centro, ganhando a vista 231 (Castelo - Lins).
Também em 21 de novembro de 1964, a linha diametral 428 (Malvino Reis - Lopes Quintas) foi transformada em radial norte, recebendo a vista 223 (Carioca - Malvino Reis).
Correio da Manhã, 21/11/1964, p.7
Correio da Manhã, 24/11/1964, p.7
Em 20 dezembro de 1964, a CTC suspendeu a linha 511 (Urca-Leblon), via Copacabana, por determinação da Comissão Estadual de Controle dos Serviços Concedido de Transporte Coletivo. No mesmo dia a Transportes Acre iniciou suas operações nas linhas 511 (Urca-Leblon), via Jockey, e 512 (Urca-Leblon) via Copacabana.
Ao longo de 1965 a CTC-GB adquire novos ônibus a diesel, complementando o plano inicial de compra de 300 novos ônibus. São adquiridos os primeiros monoblocos Mercedes Benz, parte deles com o chassi reduzido para operação no bairro de Santa Teresa. No final de 1965 a CTC contava com 338 ônibus a diesel, sendo 289 Mercedes LPO ano 64 e 49 Mercedes monobloco entregues em 1965, além de 200 trólebus Fiat ano 1957.
Em 7 janeiro de 1965, o poder executivo do Estado da Guanabara, encarrega à CTC a promover a construção de um outro terminal rodoviário na cidade, desafogando o terminal Mariano Procópio. O projeto e a construção da nova rodoviária foram acelerados, sendo entregue à população em 6 de dezembro de 1965, às vésperas do Natal.
Em 9 de janeiro de 1965, a CTC inaugura a Linha 250 (Castelo - Encantado), via ruas Mariz e Barros, São Francisco Xavier e Dias da Cruz, com 14 carros e ponto final na Praça Sargento Eudóxio Passos, no Encantado. A Linha no entanto, por volta de 1966, foi repassada à Viação Todos os Santos. No mesmo mês a CTC iniciou suas operações nas linhas 3 (Lapa - Estrada de Ferro), com 10 carros, e 10 (Mauá – Fátima) com 20 carros, até então exploradas pela Transportes Mosa.
Em 21 maio de 1965, a CTC inaugura a garagem de ônibus diesel de Vila Isabel, na Avenida 28 de Setembro, na antiga estação de bondes Ponto do Cem Réis. A nova garagem tinha capacidade para até 200 ônibus. Na época da Light abrigava até 300 bondes. No mesmo dia foram suprimidas 31 linhas de bondes do Centro e da Zona Norte, aumentando a demanda das linhas de ônibus a diesel.
O Globo, 22/05/1965
Diário Carioca, 02/06/1965
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Diário Carioca, 26/06/1965
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Em 4 de novembro de 1965, Carlos Lacerda, o primeiro governador do estado da Guanabara, é substituído por Negrão de Lima.
Em janeiro de 1966, a CTC troca a cor da faixa lateral dos veículos, passando do vermelho, que representava o governo Carlos Lacerda, para o amarelo do governo Negrão de Lima. A nova pintura durou até 1971, quando tomou posse o governador Chagas Freitas.
Em janeiro de 1966, foi extinta a linha 224 (Grajaú – Castelo).
Em 20 de março de 1966, a CTC inaugura a linha 170 (Rodoviária - Corte do Cantagalo), com o seguinte itinerário: Rodoviária Pista 4, Francisco Bicalho, Presidente Vargas, Campo de Sant´Anna (lado Casa da Moeda), 20 de Abril, Praça da Cruz Vermelha, Carlos Sampaio, Tadeu Kosclusko, Riachuelo, Mem de Sá, Visconde de Maranguape, Largo da Lapa, rua do Cattete, Pedro Américo, Bento Lisboa, Largo do Machado, Ministro Tavares Lira, Conde de Baependi, Praça José de Alencar, Marquês de Abrantes, Praia de Botafogo, rua da Passagem, General Polidoro, Real Grandeza, Túnel Velho, Siqueira Campos, Barata Ribeiro, Bolívar, Pompeu Loureiro, Henrique Dodsworth e Praça Corumbá.
Em 6 de maio de 1966, a CTC inaugura a linha 731 (Cidade de Deus – Cascadura) circular, beneficiando os moradores da Cidade de Deus. Em poucos meses o itinerário foi reduzido para o trecho Cidade de Deus - Freguesia com o seguinte itinerário: Praça Professora Camisão, Estrada Gabinal, Estrada Edagard Werneck, Retiro dos Artistas, Estrada do Tindiba, Largo Pechincha, Geremário Dantas e Praça Professora Camisão.
Jornal do Brasil, 19/05/1966
Em 5 de junho de 1966, a CTC inaugura a linha 170 (Rodoviária – Jardim de Alá), via Largo do Machado e Corte do Cantagalo, substituindo as linhas C-5 (Rodoviária - Praça XV) e 170 (Rodoviária - Cantagalo).
Em 1966 a CTC transporta 121.345.189 passageiros nas linhas de ônibus diesel e 58.392.640 passageiros nos ônibus elétricos. A direção da empresa já anunciava para 1967 a redução gradual dos ônibus elétricos na Zona Sul e seu uso em maior escala na Zona Norte.
Em junho de 1966, a CTC suspende o serviço do ônibus bagageiro.
Em 1966, no primeiro ano do governo Negrão de Lima, a CTC adquire 33 novos ônibus a diesel, elevando a frota de 599 para 632 veículos.
Primeiro aniversário do governo Negrão de Lima
Correio da Manhã, 01/01/1967
Linha 227 (Largo de São Francisco - Pilares) na rua Cadete Polônia, Sampaio,
em 16/05/1967. Foto Arquivo Nacional, Fundo Correio da Manhã
Ponto final da linha 394 (São Francisco - Vila Kennedy) em 28/07/1967
Foto Arquivo Nacional. Fundo Correio da Manhã
Carro 320, com carroceria Grassi e chassi Mercedes Benz, na Rua Estácio de Sá em 19 de agosto de 1966. Foto Arquivo Nacional. Fundo Correio da Manhã
Em julho de 1967, a linha mais rentável da CTC era a 219 (Praça XV - Usina) com demanda diária de 36 mil passageiros.
Em 28 de agosto de 1967, com a transferência do ponto final da linha de bonde Sáenz Peña – Alto Boa Vista para a Usina, a CTC inaugura duas linhas de ônibus circulares:
614 (Usina – Largo da Segunda-feira) via rua Barão de Mesquita
615 (Usina – Largo da Segunda-feira) via rua Conde de Bonfim
Em poucos meses a linha 614 que foi transferida para a Viação Alpha e a 615 foi extinta.
Em 1966, a CTC adquire 66 novos ônibus, passando a contar com frota de 627 ônibus, sendo 200 elétricos.
Em novembro de 1966, em função da extinção dos trólebus nas ruas Visconde de Pirajá e Ataulfo de Paiva, a CTC inaugura as linhas de ônibus a diesel 130 (Almirante Barroso – Leblon), 586 (Cosme Velho – Leblon), via Túnel Velho e 588 (Leme – Leblon).
Em julho de 1967, a CTC contava com frota de 630 ônibus, sendo 200 elétricos, distribuídos em 53 linhas e 5 garagens, sendo duas para os ônibus elétricos.
Em novembro de 1967, a CTC inaugura a linha Campo Grande – Santa Cruz, beneficiando os moradores do Conjunto Jardim Palmares, recém inaugurado. A linha tinha o seguinte itinerário: rua Barcelos Domingos, Alfredo de Morais, Estrada do Rio do A, Campinho, Palmares, Avenida Brasil, Morro do A, e Rua Senador Camará.
Em 14 de dezembro de 1967, os ônibus elétricos da CTC chegam ao Meyer, concluindo o projeto de instalação da rede de trólebus da Zona Norte.
CTC em julho de 1967
Veículo Frota Nº linhas
Ônibus Elétrico 172 19
Diesel 385 34
Total 557 53
Garagens da CTC em julho de 1967
ULT-1 Largo do Machado, Ônibus Elétricos
ULT-2 28 de Setembro, Villa Isabel, 153 ônibus
200 - Carioca - Rio Comprido
201 - Carioca - Rio Comprido
206 - Carioca - Silvestre
208 - Castelo - Jacaré
211 - Sáenz Peña - Praça 15
212 - Sáenz Peña - Praça 15
219 - Praça 15 - Usina
223 - Carioca - Malvino Reis
224 - Castelo - Lins
416 - Usina - Forte
588 - Leme - Leblon
ULT - 3 Conselheiro Mayrink, inaugurada em 18/06/1964
ULT - 4 Penha, Ônibus Elétricos
Cascadura - Taquara
Cascadura - Freguesia
Vieira Fazenda - Madureira
Rodoviária Novo Rio em 1967
Em 11 de maio de 1968, a CTC testa os 3 primeiros ônibus Magirus Deutz na linha 416 (Usina - Copacabana) em caráter experimental, com possibilidade de compra de 50 unidades para substituição dos ônibus elétricos.
Em 11 de junho de 1968, entrega do primeiro trólebus adaptado com motor a diesel à CTC, pela Companhia São Bernardo de Petrópolis, com a supervisão dos técnicos da Mercedes Benz. O plano do Governo do Estado era acabar com o sistema de trólebus, transformando a frota de 200 trólebus em ônibus a diesel. O primeiro carro com motor adaptado circula no dia 13 de junho na linha 15-B (Passeio-Ipanema). O veículo recebe um motor diesel da Mercedes Benz modelo OM-321de 120 HP. Além do transplante, a CTC já contava com frota de 440 ônibus a diesel.
Em 12 de novembro de 1968, devido às obras de duplicação do Túnel Velho, foi suspensa a operação das linhas de trólebus E-5 (Bairro Peixoto - Passeio) e da linha de ônibus a diesel 170 (Rodoviária - Jardim de Alá), substituídas pela nova linha de ônibus a diesel 171 (Rodoviária - São João Batista) circular, com frota de 12 carros e o seguinte itinerário: Praça Marechal Hermes, General Luís Mendes de Morais, Francisco Bicalho, ponte na altura da rua Idalina Serra, Francisco Bicalho, Mangue, Rio Branco, Beira Mar, Praia do Flamengo, Oswaldo Cruz, Praia de Botafogo, Visconde de Ouro Preto, Bambina, São Clemente, Real Grandeza, Voluntários da Pátria, São João Batista, General Polydoro, Passagem, Praia de Botafogo, Praia do Flamengo, Beira Mar, Presidente Antonio Carlos, Misericórdia, Primeiro de Março, Presidente Vargas, Professor Pereira Reis, Avenida Cidade de Lima e Praça Marechal Hermes.
Em 1969, na Câmara Legislativa do Estado da Guanabara discutia-se a ideia de vender a CTC à iniciativa privada, desde que fosse resolvido o impasse da folha de pagamento da empresa, pois 70% da renda era consumida com pessoal. A CTC na época de sua criação (1962) tinha recebido 7.700 empregados das companhias de bondes e contava ainda com 3.500 funcionários remanescentes.
Cotidiano - Garagem da CTC em fevereiro de 1969
Em agosto de 1969, apenas duas linhas da CTC eram deficitárias:
170 - Jardim de Alá - Rodoviária
231 - Rodoviária - Boca do Mato
REFERÊNCIAS:
CTC modifica linha de bondes e de ônibus. Diário Carioca. Rio de Janeiro. 15 maio 1964. p.11.
Guanabara terá uma nova linha circular de ônibus a Cr$ 35. Diário Carioca. Rio de Janeiro. 04 junho 1964. p.12.
CTC inaugura linha E.Ferro Castelo e outra para a Vila Kennedy. Diário Carioca. Rio de Janeiro. 01 setembro 1964. p.9.
Companhia de Transportes Coletivos do Estado da Guanabara, CTC-GB, Relatório da Diretoria. O Globo. Rio de Janeiro. 25 abril 1967. p.5.
Duas linhas de ônibus da CTC param para que as obras no Túnel Velho prossigam. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 12 novembro 1968. p.5.
Página lançada em 12 de fevereiro de 2018.
Ótimo trabalho de pesquisa, mas há uma grave incorreção: as faixas pintadas nos ônibus elétricos do Estado da Guanabara foram inicialmente vermelhas, mas ainda em 1964 elas já eram amarelas e isso nada teve a ver como sendo "cores dos governos Lacerda e Negrão de Lima". Digo isso porque lembro muito bem da circulação daqueles ônibus elétricos e muito viajei neles e posso dizer que em em 1963 muitos dos ônibus elétricos já ostentavam faixa amarela, que coexistiram com a vermelha por algum tempo.
ResponderExcluirObrigado pela visita e comentário. Vou rever.
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